MANUEL HORTA
MOVER participação na II Bienal de Arte Contemporânea de Trás os Montes, Linha d' água, de 18 de maio a 30 de novembro de 2024
II Bienal de Arte Contemporânea de Trás os Montes, Linha d' Água, de 18 de maio a 30 de novembro de 2024, a participação da instalação artística MOVER de Manuel Horta integra-se na visão do curador Guilherme Fonseca.
A instalação artística MOVER é resultado de um processo de pesquisa e experimentação centrado no movimento, no espaço e na ação.
MOVER caracteriza-se por diferentes linguagens plásticas, matérias primas, materiais e ambientes e processos tecnológicos para formalizar obras que sintetizam o processo criativo.
MOVER é um processo criativo que se instala, resulta uma experimentação procurando em diferentes ações, contextos, ligações entre conceitos, formas e espaços.
MOVER caracteriza-se por diferentes linguagens plásticas, matérias primas, materiais e processos tecnológicos para formalizar a síntese do processo criativo: ideia, pesquisa, ideia.
O universo está em constante movimento, a madeira move-se, um que se regista, que se designa, tal como humanos e outros animais são movidos para fora do planeta.
A humanidade no seu vai e vem, modela a superfície do planeta, abre, rasga o subsolo, subtrai, movimenta as matérias primas, procurando simultaneamente uma saída fácil e lucrativa para os excedentes, resíduos artificiais e sintéticos, contaminantes. Um mover que pode modelar vidas.
Os recursos naturais são a base do desenvolvimento científico e tecnológico, da pedra ao microchip, da escrita sobre placas de cerâmica até ao monitor. Desde a utilização da pedra, madeira, argilas, metais e fibras, da produção manual à produção industrial, o movimento é imperativo, a produção implica o molde e réplica seriada, a norma e o que é rejeitado, o que poderá ser movimentado para uma periferia.
Naturalmente a madeira empena “em flecha”, está viva, um movimento, uma onda, tal como como água, o mar, o vento, à luz, movimentos que o ser humano tenta superar, ir mais além do já feito.
Reforçando o movimento natural, o percurso da linha de água que se movimenta pela paisagem, não ficando a água condicionada pela ação humana.
Fisiologicamente o nervo óptico poderá estar em constante movimento. Mover os olhos, o corpo, os instrumentos, registar a ação, modelar, poderá ser dar corpo a uma ideia, criar o futuro, com base num referencial.
Desde o amanhecer da humanidade que, mover, implica, desenhar nas paredes das cavernas, a arte móvel, a música, o teatro, a escrita, a arte para mover multidões, arte cinética, a fotografia sequencial, o cinema, a relação entre arte e ciência possibilita gerar imagens para visualização em monitor (imagens RGB, red, green, blue) imagens do cosmos registadas milhões de quilómetros do planeta Terra.
MOVER desenvolve-se com base na pesquisa e síntese, no pensamento ativo, no dinamismo, integrando espaço, gesto, tempo, experimentação, revolução, desalinhar, intervir. Exploram-se múltiplas técnicas e materiais, resultam corpos, espaço, contexto em que o observador frui, movimenta-se, percepciona, age.
O que nos move e o que nos faz mover?
A participação de MOVER na II Bienal de Arte Contemporânea de Trás os Montes é afirmada por duas obras instaladas no novo Mercado Municipal de Macedo de Cavaleiros, um espaço arquitetónico localizado no centro urbano, utilizando para a primeira das obras o centro piso zero, a segunda obra está instalada no primeiro piso, no espaço exterior coberto.
MOVER encontra-se também no Welcome Azibo Center, um espaço arquitetónico afastado do centro urbano, integrado no meio natural próximo de uma reserva de água, estão neste espaço instaladas mais quatro obras, uma no exterior e as restantes três no interior.
A presença da instalação artística MOVER na II Bienal de Arte Contemporânea de Trás os Montes, de 18 de maio a 30 de novembro de 2024, amplia a relação com o observador e contribuiu para a reflexão e discurso centrado nas práticas artísticas contemporâneas, nas múltiplas linguagens artísticas, nas obras e autores/as participantes.
Texto do curador Guilherme Fonseca
"II BIENAL DE ARTE CONTEMPORÂREA DE TRÁS- OS- MONTES
"Reflexos Artísticos: Macedo de Cavaleiros em Diálogo com Linha de Água"
Os eventos artísticos devem primar por facultar experiências a quem os frequenta. As aptidões dos artesãos são únicas e partilháveis, essa é a ideia forte para os convites que formulei para a participação nesta 2ª Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes.
O exercício para organizar os resultados das criações artísticas de tão diferentes expressões é, por si só, uma sensação de liberdade. A liberdade que implica total respeito pelas obras!
Nos 50 anos do 25 de Abril, que a arte possa atalhar caminhos para bem da cultura que nos alimenta a curiosidade e facilita a convivência."